segunda-feira, 24 de junho de 2013

Da Revista Terra Brasilis

Como construir a história da geografia?

¿Cómo construir la historia de la geografía?
Comment construit-on l’histoire de la géographie ?
How to build up the history of geography?
Paul Claval
Tradução de Larissa Alves de Lira e Breno Viotto Pedrosa

Para compreender o passado da geografia, é importante passar da memorização espontânea, geralmente oral, para uma história cuja abordagem seja organizada. Apesar das precauções tomadas em sua elaboração, a história ‘científica’ carrega a marca das preocupações e das ideologias que governam àqueles que a redigem: ela deve estar submetida à crítica. Esta história ressalta o peso das instituições responsáveis, ao mesmo tempo, pela construção dos sistemas de informação geográfica, pelo status dos geógrafos e os marcos em que eles trabalham. Ela leva em consideração a dimensão biográfica das pesquisas; a geografia é um métier; a pesquisa que ela suscita se aplica a um campus e mobiliza um corpus; ela se exerce sobre um terreno. O desenvolvimento das idéias pode seguir uma trajetória linear, resultar de múltiplas impulsões de círculos de afinidades, inscrever-se numa pluralidade de escolas, traduzir uma sucessão de fases da ciência normal e das revoluções científicas, ou evoluir a través de grandes viradas. A análise dos movimentos intelectuais, a maneira de Michel Foucault, e os trabalhos de sociologia das ciências, à maneira de Bruno Latour, questionam a proeminência da lógica das idéias.

sábado, 8 de junho de 2013

Desigualdades

FOME NA AMÉRICA

MÉXICO



País emergente com economia dependente dos Estados Unidos, tenta diversificar a exportação para sair dessa condição. Segundo o Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (Coneval), de uma população próxima aos 110 milhões, 51,3% vive na pobreza, ou seja, 55 milhões de mexicanos carecem dos recursos básicos para cobrir as necessidades básicas. O número resulta aterrorizante ao aumentar o espiral de pobreza ano após ano sem que existam soluções. Em 2008, o número de pessoas nessas condições era de 50,6 milhões, primcipalmente em Chiapas, Veracruz, Tabasco, Baixa Califórnia, Puebla, Jalisco, Guanajuato, Oaxaca, Guerrero, Morelos, Chihuahua e no Distrito Federal. Desde que o então presidente Carlos Salinas de Gortari aprovou em dezembro de 1992 o Tratado de Livre Comércio para a América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), que entrou em vigor em janeiro de 1994, a fome e a pobreza se tornaram os maiores males dos aztecas, unido à enorme violência dos cartéis de drogas na luta por transportar essa mercadoria ao maior consumidor de entorpecentes no mundo: os Estados Unidos. Uma das piores consequências do Nafta é a de ter obrigado mais de 2 milhões de camponeses, com seus familiares, a abandonar as terras que arrendavam pelos baixos preços dos produtos e o abandono governamental. Ao negociar a livre exploração de mercadorias, as empresas transnacionais e os agricultores estadunidenses (com enormes subsídios governamentais e modernas tecnologias de produção) inundaram os mercados mexicanos em detrimento de comerciantes e agricultores nacionais. As transnacionais de alimentos que operam dentro do país se tornaram as principais produtoras, importadoras, exportadoras e praticamente se dominaram a economia azteca. Várias fontes de trabalho desaparecem pela compra e concentração de terras por essas companhias, e pela utilização de novas técnicas industriais na agricultura. Pequenas fazendas foram eliminadas por enormes empórios como Tyson, Smithfield, Pilgrims Pride que se apoderaram da produção de gado ao mesmo tempo que provocam a poluição da água e da terra pelo afã de aumentar as produções sem cuidar do meio ambiente. Como afirmam os empresários, afinal, o país não é deles. O milho, alimento básico ancestral mexicano cuja produção nacional abastecia toda a população e ficavam excedentes para a exportação, foi praticamente eliminado dos campos desde a entrada em vigor do Nafta, ao quadruplicar as importações desse grão oriundo dos Estados Unidos. Com o aumento dos preços internacionais dos alimentos, provocado muitas vezes pelas companhias intermediárias (entre as quais se destacam Maseca /Archers, Daniel Midland e Cargill) que brincam com a fome dos pobres para se enriquecer, os preços das tortilhas de milho são quase inalcançáveis para os mexicanos. Se antes do Nafta o país gastava 1,8 bilhões de dólares com importação de alimentos, agora investe em 24 bilhões com a alta dependência de soja, 95%; arroz, 80%; milho, 70 %; trigo, 56 % e feijão, 33 %. Graças ao Nafta, funcionários do Departamento de Agricultura em Washington afirmam que nos próximos anos o México deverá adquirir 80% dos alimentos em outros países, principalmente nos Estados Unidos. Sob as rédeas do Tratado de Livre Comércio, muitos analistas consideram a nação azteca uma dependência de Washington, devido às leis neoliberais que permitem às companhias estrangeiras utilizar mão de obra barata para suas produções, explorar os recursos naturais, extrair petróleo a preços preferenciais e exportar os excessos de mercadorias norte-americanas para esse país. Nos últimos anos, várias nações, entre as que se destacam Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina, Nicarágua e Brasil possibilitaram que os índices de pobreza se reduzissem ao realizar políticas sociais a favor dos seus habitantes e tomar medidas para que as transnacionais não roubem suas economias. O aumento da desigualdade é outro aspecto que afeta a nação azteca já que, enquanto a metade da população não pode ter acesso às necessidades alimentares, educacionais ou de saúde, só oito magnatas nacionais possuem uma fortuna de mais de 90 bilhões de dólares que equivale a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O tratado permitiu o enriquecimento de uma minoria nativa, e ao mesmo tempo possibilitou Washington manter um maior controle sobre a economia azteca em detrimento do seu povo. 
fonte: http://www_cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21536

EUA (AMÉRICA DO NORTE)

Família típica norte americana

PREÇO DOS CEREAIS
Nos Estados Unidos os bois são empanturrados de acordo com um método altamente científico. Consomem por ano cerca de 500 mil toneladas de todo tipo de cereais. No Midle West norte americano e na califórnia os bois se alimentam de cereais em imensos recintos climatizados denominados feed lots, por meio de um sistema eletrônico de distribuição regular de alimento. Os animais são mantidos alinhados e imóveis. Uma só dessas instalações para gado pode albergar mais de 10.000 animais. Calcula-se que a quantidade de milho consumido anualmente pela metade dos feed lots californianos é maior do que o conjunto das necessidades de um país como a Zâmbia, onde esse cereal é um alimento essencial, e, além disso, é devastado por uma subalimentação crônica. Outro problema é o preço desses cereais nas bolsas de valores. Para os donos da bolsa de Chicago, por exemplo, pouco importa se os governos da Etiópia, Chade ou do Haiti, comprometidos numa luta contra a fome, não podem pagar esses preços. O que importa é a garantia de seus lucros exorbitantes.


AMÉRICA DO SUL



Apesar de ser uma das regiões que mais produz alimentos, a América do Sul ainda tem mais de 33 milhões de pessoas passando fome. Juntos, América Latina e Caribe possuem uma população de 597 milhões de pessoas e produzem comida suficiente para alimentar 746 milhões. Estes números mostram que “a fome é fundamentalmente um problema de acesso aos alimentos e não de disponibilidade”, afirmou o Representante Regional da Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) para América Latina e Caribe, Raul Benitez. “É inaceitável que ainda haja fome em uma região que produz uma quantidade de comida que é bem acima de suas necessidades. Para isso, é preciso continuar a trabalhar com os governos para criar políticas para melhorar a distribuição dos benefícios do crescimento econômico e produção agrícola, apoiando-os para alcançar a meta de erradicar a fome, uma meta que sabemos ser perfeitamente possível”, declarou Benitez. No entanto, histórias de sucesso mostram que estados comprometidos com a segurança alimentar podem fazer progressos significativos na redução da fome. Haiti, Nicarágua, Peru e Brasil, entre outros, reduziram os níveis de subnutrição em magnitudes diferentes, mas de forma constante ao longo das últimas duas décadas, movendo-se no sentido de atingir o primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Na América do Sul, o Peru reduziu a desnutrição em mais de 20 pontos percentuais nas últimas duas décadas, de 32,6% em 1990-92 para 11,2% no período de 2010-12, enquanto o Brasil tem empreendido uma grande campanha para acabar com a fome, incentivando grandes mudanças. O país tem agora níveis de desnutrição de 6,9%, um dos maiores avanços na região.

fontes: http://www_onu.org.br/33-milhoes-de-pessoas-passam-fome-na-america-do-sul-afirma-fao
http://geonatela.blogspot.com.br/2013/06/america-do-norte.html

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Educação brasileira

Conheça as 20 metas do Plano Nacional de Educação

Projeto em análise no Congresso traça objetivos para o ensino no Brasil até 2020

Em análise no Congresso desde 2011, o Plano Nacional da Educação (PNE) traça objetivos e metas para o ensino no País em todos os níveis (infantil, básico e superior) para serem cumpridos até 2020. A meta mais polêmica é a 20, que trata do percentual do PIB que deve ser investido em educação. Para garantir o que chama de " revolução no ensino"  e o cumprimento desta meta, a presidente enviou ao Congresso, paralelamente, um outro projeto para destinar  100% dos royalties do petróleo e recursos do pré-sal em educação. 

Saiba o que prevê o PNE:
Meta 1 
Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência deste PNE.
Meta 2 
Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de seis a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.
Meta 3 
Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%.
Meta 4 
Universalizar, para a população de quatro a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
Meta 5 
Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até os oito anos de idade, durante os primeiros cinco anos de vigência do plano; no máximo, até os sete anos de idade, do sexto ao nono ano de vigência do plano; e até o final dos seis anos de idade, a partir do décimo ano de vigência do plano.
Meta 6 
Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.
Meta 7 
Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb :
Ideb2015201720192021
Anos iniciais do ensino fundamental5,25,55,76
Anos finais do ensino fundamental4,755,25,5
Ensino médio4,34,755,2

Meta 8 
Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE.)
Meta 9 
Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.
Meta 10 
Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, na forma integrada à educação profissional, nos ensinos fundamental e médio.
Meta 11 
Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% de gratuidade na expansão de vagas.
Meta 12 
Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.
Meta 13 
Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% de doutores.
Meta 14 
Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
Meta 15 
Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do art. 61 da Lei nº 9.394/1996, assegurando-lhes a devida formação inicial, nos termos da legislação, e formação continuada em nível superior de graduação e pós-graduação, gratuita e na respectiva área de atuação.
Meta 16 
Formar, até o último ano de vigência deste PNE, 50% dos professores que atuam na educação básica em curso de pós-graduação stricto ou lato sensu em sua área de atuação, e garantir que os profissionais da educação básica tenham acesso à formação continuada, considerando as necessidades e contextos dos vários sistemas de ensino.
Meta 17 
Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.
Meta 18 
Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
Meta 19 
Garantir, em leis específicas aprovadas no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a efetivação da gestão democrática na educação básica e superior pública, informada pela prevalência de decisões colegiadas nos órgãos dos sistemas de ensino e nas instituições de educação, e forma de acesso às funções de direção que conjuguem mérito e desempenho à participação das comunidades escolar e acadêmica, observada a autonomia federativa e das universidades.
Meta 20 
Ampliar o investimento público em educação de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no quinto ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB no final do decênio.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-06-03/conheca-as-20-metas-do-plano-nacional-de-educacao.html