ENSINO FUNDAMENTAL


Energia hidrelétrica no Brasil

Do blog: http://suburbanodigital.blogspot.com.br/
De onde vem a energia elétrica?
A energia elétrica vem da força dos ventos, dos raios solares, da queima do gás natural e do óleo, e da força das águas. No Brasil, a energia elétrica vem principalmente das usinas hidrelétricas. Hidro vem de água e elétrica vem de eletricidade. Por isso são chamadas de hidrelétricas, as usinas que usam a força das águas para produzir eletricidade. 

É assim: primeiro as águas das chuvas vão enchendo uma enorme barragem deconcreto. Depois a água sai por tubos enormes e dentro deles a água corre para a usina. Em grande velocidade passa por turbinas. O movimento da água nas pás da turbina acionam o dínamo. O dínamo é uma máquina enorme que gira bem forte transformando a energia mecânica em energia elétrica.
Se não chover os reservatórios ficam com pouca água para acionar as turbinas e o dínamo. Então pode faltar energia nas casas, indústrias, escolas e hospitais. É por isso que nos tempos de poucas chuvas a gente tem que economizar eletricidade.
Para chegar das usinas até a sua casa, a energia elétrica percorre quilômetros a fio, de poste em poste. Do poste em frente a sa casa ela segue por um fio que distribuia energia por todos os cômodos da sua casa. A ponta deste fio é a tomada.
Entre os séculos XVII e XVIII o físico americano Benjamim Franklin observou o céu em noites de tempestade e descobriu que os raios eram descargas de correnets elétricas que vinham das nuvens. Mas só no final do século XIX, os homens começaram a usar a energia elétrica no seu dia a dia.
Hoje a gente não pode viver sem ela. É com a energia elétrica que ligamos os computadores, encerramos o chão, congelamos o sorvete e esquentamos o macarrão. (Texto do vídeo de domínio público - De onde vem a energia elétrica?)
Animação apresentada por Kika, uma criança muito curiosa, que procura entender a origem das coisas, de forma acessível e bem-humorada.

Fontes de Energia: Vantagens e Desvantagens

As formas de produção diferenciam-se de acordo com a fonte geradora, o impacto no meio ambiente e a viabilidade econômica. As fontes podem ser não-renováveis ou renováveis. As não-renováveis correspondem aos recursos naturais finitos no meio ambiente, como o urânio, o manganês e os combustíveis fósseis - petróleo, o carvão mineral e gás natural. Já as renováveis, uma vez exploradas pelo homem, se reconstituem espontaneamente ou por meio de práticas de conservação. Entre elas estão o ar, a água e a vegetação.
Fonte
Não-renovável
Obtenção
Uso
Vantagens
Desvantagens
Petróleo
Resulta de reações químicas em fósseis depositados principalmente no fundo do mar. É extraído de reservas marítimas ou continentaisProdução de energia elétrica; matéria-prima da gasolina, do diesel e de produtos como o plástico, borracha sintética, cera, tinta, gás e asfalto.Domínio da tecnologia para sua exploração e refino; facilidade de transporte e distribuição.polui a atmosfera com a liberação de dióxido de carbono, colaborando para o efeito estufa.
Nuclear
Reatores nucleares produzem energia térmica por fissão (quebra) de átomos de urânio. Essa energia aciona um gerador elétrico.Produção de energia elétrica; fabricação de bomba atômica.A usina pode ser instalada em locais próximos de centros de consumo; não emite poluentes que contribuam para o efeito estufa.Não é tecnologia para tratar lixo nuclear; a construção de usinas é cara e demorada; existe risco de contaminação nuclear.
Carvão mineral
Resulta da transformação química de grandes florestas soterradas. É extraído de minas localizadas em bacias sedimentares.Produção de energia elétrica; aquecimento, matéria-prima de fertilizante.Domínio de tecnologia para seu aproveitamento; facilidade de transporte e distribuição.Libera poluentes como dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio; contribui para a chuva ácida.
Gás
natural
Ocorre na natureza associado ou não ao petróleo. A pressão existente nas reservas impulsiona o gás para a superfície, onde é coletado em tubulações.Aquecimento; combustível para geração de eletricidade, veículos, caldeiras e fornos; matéria-prima de derivados da indústria petroquímica.Não emite poluentes; pode ser utilizado nas formas gasosa e líquida; existe grande número de reservas.A construção de gasodutos e metaneiros (navios especiais) para o transporte e a distribuição requer alto investimento.
Renovável
hidre-
letricidade
A energia liberada pela queda de água represada move uma turbina que aciona um gerador elétrico.Produção de energia elétrica.Não emite poluentes; a produção é controlada; não interfere no efeito estufa.Inundação de grandes áreas e deslocamento de população residente; a construção das usinas é cara e demorada.
Eólica
O movimento dos ventos é captado por pás de hélices gigantes ligadas a uma turbina que acionam um gerador elétrico.Produção de energia elétrica; movimentação de moinhos.Grande potencial para geração de energia elétrica; não interfere no efeito estufa; não ocupa áreas de produção de alimentos.Exige investimentos para a transmissão da energia; produz poluição sonora; interfere em transmissões de rádio e TV.
Solar
Lâminas recobertas com material semicondutor, como o silício, são expostas ao Sol. A luz excita os elétrons do silício, que formam uma corrente elétrica.Produção de energia elétrica; aquecimento.Não é poluente; não interfere no efeito estufa; não precisa de turbinas nem geradores para a produção da energia elétrica.Exige alto investimento para o seu aproveitamento.
Biomassa
A matéria orgânica é decomposta em caldeira ou biodigestor. O processo gera gás e vapor, que acionam uma turbina e movem um gerador elétrico.Aquecimento; produção d energia elétrica e de biogás (metano).Não interfere no efeito estufa (o gás carbônico liberado durante a queima é absorvido depois no ciclo de produção).Exige alto investimento em seu aproveitamento

Pontos cardeais: orientação, lugar e paisagens


Aproveite o entorno da escola e as ferramentas disponíveis na internet para trabalhar o conhecimento sobre os pontos cardeais

Objetivos 
- Ampliar as noções de referência espacial. 
- Utilizar, no seu cotidiano e em mapas, os referenciais espaciais de localização e orientação. 
- Representar os lugares onde vive e se relaciona. 

Conteúdos
- Orientação pelo Sol. 
- Pontos cardeais e colaterais. 

Anos 
3º a 5º 

Tempo estimado 
Seis a oito aulas. 

Material necessário 
Caderno de anotações, régua, papel e lápis. 
Laboratório de informática com acesso a internet ou mapa do bairro e da cidade. 

Flexibilização
Para alunos com deficiência intelectual 
Uma conversa com os pais ou responsáveis por levar o aluno com deficiência intelectual à escola pode ser útil para que ele atente para a incidência do sol em diferentes momentos do dia. Se necessário, antecipe algumas etapas para que o seu aluno se familiarize com a proposta e repita algumas das atividades desta sequência, como a localização dos pontos cardeais tomando como base a posição do próprio corpo. É importante que o seu aluno compreenda que norte-sul, leste-oeste indicam direções opostas. Mostrar os pontos cardeais em mapas, no Google Maps ou mesmo marca-los com cartazes fixados na sala de aula são boas sugestões para ajudar na aprendizagem da criança com deficiência intelectual. O trabalho em duplas no jogo da rosa dos ventos, por exemplo, também contribui para o desenvolvimento do aluno. Explore materiais que tornem os pontos cardeais mais palpáveis para o aluno e próximos de seu cotidiano - as crianças com deficiência intelectual costumam ter mais dificuldade para compreender ideias abstratas. No contraturno, conte com a ajuda do Atendimento Educacional Especializado (AEE) para desenvolver outras habilidades importantes para o desenvolvimento do aluno, como a coordenação motora e a comunicação.

Desenvolvimento 
1ª etapa
Comece fazendo perguntas e peça que seus alunos registrem as respostas no caderno: como o Sol afeta cada um de vocês no trajeto de casa para a escola? Ele "bate" de que lado de seu corpo quando você se desloca (a pé, de carro ou de ônibus) nesse caminho? Em quais partes da sua casa tem Sol pela manhã? E à tarde? O Sol incide sobre a sala de aula enquanto estamos na escola? Em que horários? Solicite que nos próximos dias eles façam no caderno um diário das posições do Sol, anotando onde ele está quando acordam, quando vão para a escola e quando voltam para casa. Peça também que após as observações desenhem o trajeto de casa à escola ou vice-versa. 

2ª etapa
Explique que o Sol surge todos os dias, não necessariamente no mesmo lugar, mas no mesmo lado da Terra e que este lado do planeta foi denominado desde a antiguidade de leste ou nascente. Informe também que o Sol se põe ou desaparece, também não exatamente no mesmo lugar, mas no mesmo lado da Terra e que este lado é chamado de oeste ou poente. Explique que tais nomes foram criados na antiguidade quando o homem pensava que o Sol girava em torno da Terra. Com base nos conhecimentos que os alunos obtiveram em suas observações ajude-os a identificar o leste. Solicite então que se levantem e fiquem de frente para a parede identificada como o lado leste e lembre que do lado contrário estará o lado oeste, do lado direito estará o sul e do lado esquerdo, o norte. Agora peça que apontem o braço direito para o lado leste e digam de que lado fica o oeste (do lado esquerdo), o norte (à frente) e o sul (nas costas). 

Peça que todos saiam da posição, troquem de lugar e depois repita a atividade, pedindo agora que os alunos se posicionem de costas para o leste. Ajude-os a identificar as demais direções. Fazendo esses diferentes exercícios eles começarão a compreender que há várias possibilidades de utilizar o próprio corpo para se orientar no espaço. 

3ª etapa
Informe que eles vão aprender a se orientar geograficamente em seus deslocamentos após entender os movimentos do Sol. Desenhe a rosa dos ventos no chão da sala e apresente os pontos cardeais e colaterais. Explique que os nomes dos pontos cardeais foram criados pelos homens para demarcar suas posições e deslocamentos no espaço, especialmente quando precisavam percorrer longas distâncias. Relembre que apesar do nome eles indicam todo um lado da Terra e não um ponto específico. 

Proponha um jogo em que a turma se desloque pela sala. Um aluno dá o comando, o outro segue e depois troca (por exemplo: Miguel vá para o leste, João siga para sudeste, Pedro vá para Noroeste). Para facilitar o trabalho desenhe uma rosa dos ventos no chão do centro da sala de aula (lembre-se de fazer o desenho tendo como referência a posição real da sala em relação ao Sol e não simplesmente reproduzindo o desenho tal como ele aparece nos livros didáticos). 

4ª etapa
Oriente os alunos a fazer o desenho de sua sala de aula e a produzir sua própria rosa dos ventos, colocá-la sobre seu desenho e utilizá-la para indicar sua posição, a dos colegas e de outros referenciais.  

5ª etapa
Peça que as crianças contem para os demais o que observaram com relação à posição do Sol em seus caminhos. Informe que agora eles aplicarão esses conhecimentos aos mapas. 

Leve a turma para o pátio e peça que observe a posição do Sol e a localização de espaços como a quadra, a cozinha e o banheiro. Peça que olhem ao redor destacando o que fica em cada lado (norte, sul, leste e oeste) e depois que se desloquem em direção ao sul, até o ponto mais distante do pátio. Chegando ao extremo sul do pátio, oriente-os a ficar de frente para o norte, a anotar em sua folha as direções cardeais e colaterais e a desenhar o que estão vendo. 

Explique que atualmente a maioria dos mapas utiliza o norte como referência (ou seja, apresentam na parte superior do papel os lugares e paisagens que ficam ao norte) porque se trata de uma convenção (ou regra) estabelecida pelos cartógrafos. Mostre a eles alguns mapas que ilustram essa afirmação (mapa-múndi, mapa do Brasil, mapa do Estado etc). Informe também que, embora seja uma convenção adotada atualmente, não há erro em utilizar outras referências para desenhar os mapas. Isso inclusive já foi feito no passado. 

Você pode encontrar exemplos de mapas antigos no site do Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar (Labtate) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e também no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Avaliação 
Leve a classe ao laboratório de informática para explorar o mapa ou a imagem de satélite dos bairros em que residem. Um dos sites que você pode utilizar é o Google Maps. 

Se os alunos não souberem o que é uma imagem de satélite e como utilizá-la para fazer mapas, você pode utilizar uma animação contida no site da UFSC

Ajude-os a localizar sua cidade e seu bairro no mapa. Informe que este mapa (e imagem) está orientado a partir do norte e pergunte onde está o leste. Com base nessas informações os alunos deverão posicionar seu mapa (do trajeto casa-escola) com o do site (caso não os tenha produzido orientados para o norte) e compará-los procurando responder questões como: Em que direção você se desloca para ir da sua casa até a escola? Qual é a posição geográfica da escola em relação ao bairro ou à cidade? 

Caso não tenha acesso à internet na escola, realize a mesma atividade utilizando um mapa (como aqueles disponíveis nas listas telefônicas) ou obtenha o mapa do bairro, da cidade ou fotografias aéreas nos órgãos públicos locais. 

Analise o itinerário feito pelos alunos e confira as informações contidas em cada um.

Bibliografia 
ALMEIDA, R.D. & PASSINI, E.Y. O Espaço Geográfico: Ensino e Representação. São Paulo: Contexto, 1994. 
SIMIELLI, M. E. R. O Mapa Como Meio de Comunicação e a Alfabetização Cartográfica. In: ALMEIDA, R. D. de. Cartografia escolar. 2 ed., São Paulo: Contexto, 2008, p. 71-94. 
SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no ensino fundamental e médio. In : CARLOS, Ana F. A. (org.). A geografia na sala de aula. São Paulo : Contexto, 1999, p.92-108. (Coleção Repensando o Ensino). 
Oficina Pedagógica: Orientação pelo mapa. Autoria de BARROS, ARCHELA e GOMES. Disponível em:http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/view/6778
Site do Centro de Divulgação Científica e Cultural da Universidade de São Paulo (CDCC-USP). Disponível em: http://www.cdcc.usp.br/cda/ensino-fundamental-astronomia/parte1a.html#parte-1a.


ESPAÇO GEOGRÁFICO


Anos 8º e 9º anos

Tempo e espaço 2 a 4 aulas
Laboratório de informática da escola

Objetivos Após a realização das atividades espera-se que os alunos estejam aptos a:
conhecer a organização do espaço geográfico chinês, tomando como exemplo o uso do solo em determinadas áreas urbanas e rurais;
comparar o uso do solo urbano e rural entre as áreas da China socialista e de regiões que se desenvolvem sob as regras do regime capitalista, como Hong Kong e Taiwan;
utilizar ferramentas multimídia como o Google Earth ou o Livemaps, reconhecendo-as como um Sistema de Informação Geográfica (SIG);
reconhecer as imagens de satélite como elementos fundamentais para a análise de organização do espaço geográfico.

Introdução Nas últimas décadas, a China vem emergindo no cenário econômico e geopolítico mundial como uma grande potência, ameaçando a hegemonia de países como os Estados Unidos e o Japão e de blocos econômicos como a União Européia. O crescimento da China está pautado no estabelecimento de uma economia socialista de mercado, que promove rápido desenvolvimento industrial, inchaço dos grandes centros urbanos e aumento dos níveis de poluição. Esse processo tem provocado profundas transformações no espaço geográfico chinês, tanto nas grandes cidades, como no campo. Com a ferramenta multimídia, que trabalha com imagens de satélite de toda a superfície terrestre, essa atividade promove a leitura de paisagens urbanas e rurais, como forma de conhecer a organização do espaço da China.

Conteúdo de Geografia Representação da paisagem.

Desenvolvimento da atividade 
1ª etapa Discuta com os alunos as principais transformações ocorridas na economia e no cotidiano dos chineses nas últimas três décadas, em decorrência da implantação de uma economia socialista de mercado. Ressalte as principais características da economia chinesa antes e depois da abertura econômica.

2ª etapa Apresente aos alunos uma das ferramentas multimídia. Explique que ela funciona também como um SIG de grande potencial didático para o reconhecimento das diferentes formas de organização territorial das nações do mundo, uma vez que têm como base principal de dados imagens de satélite e fotografias aéreas da superfície terrestre e, em alguns casos, fotos tiradas por visitantes que estiveram no local.

3ª etapa Leve a turma ao laboratório de informática. Os computadores que serão utilizados já devem estar conectados à internet e preparados ou com o software do Google Earth previamente instalado (o download é gratuito) ou com a página do Livemaps já registrada nos Favoritos. Seja qual for o sistema escolhido, apresente o programa aos estudantes e deixe-os "voar" livremente pela superfície do planeta.

4ª etapa Peça que os alunos digitem na janela de pesquisa a palavra Shanghai. Eles devem aproximar a imagem e fazer um reconhecimento da área urbana desta que é a maior metrópole chinesa. Faça esse trabalho aproximando as imagens em três níveis de altitude: a aproximadamente 2600 pés, 6000 pés e 13000 pés (ou, em algumas versões, aproximadamente 800 metros, 1800 metros e 4000 metros respectivamente). Na seqüência, peça que se dirijam às regiões periféricas da cidade, adentrando a zona rural, área com predomínio de pequenas lavouras (que aparecem como mosaicos quadriculados esverdeados), canais de irrigação, estradas, açudes e construções mais rarefeitas. O mesmo deve ser feito "voando", em seguida, para Beijing, depois Hong Kong e Taipei.

5ª etapa Conduza o olhar dos alunos a uma análise geográfica do espaço chinês. Solicite que observem as formas de uso do solo no campo e nas cidades, buscando semelhanças e diferenças entre as metrópoles pesquisadas e, dessa forma:
- percebam o aspecto homogêneo que prédios e residências construídos pelo Estado de maneira padronizada (observe as pequenas edificações retangulares dispostas em fileiras dentro de grandes quarteirões) proporcionam à paisagem urbana. Compare esse aspecto com as formas urbanas diferenciadas encontradas em Hong Kong e Taipei, que há décadas vivem sob o sistema capitalista;
- identifiquem o centro financeiro de Shanghai (digite Pudong na busca), com seus arranha-céus de vidro e aço, como símbolo das mudanças provocadas pela introdução da economia de mercado no país, trazendo uma nova forma de uso do solo urbano;
- Reconheçam as formas de ocupação do espaço rural, observando as áreas periféricas dessas grandes metrópoles chinesas (com exceção de Hong Kong, que está limitada a uma pequena ilha), onde há, por exemplo, pequenas lavouras coletivas e inúmeros canais e represas necessários à irrigação das culturas.

6ª etapa Solicite que voltem a "voar" para Shanghai e, a partir do estuário de Yang-Tsé, localizado ao norte da cidade, realizem uma viagem pelo curso do rio, reconhecendo as diferentes formas de ocupação humana, como novas cidades, canais, áreas irrigadas, represas e hidrelétricas, como a de Três Gargantas (digitar "Three Gorges Dam" ou, no caso do Google, buscar as seguintes coordenadas: 30°48'48.60"N, 111° 0'32.50"L) no médio curso deste rio. É possível perceber o quanto o espaço geográfico chinês apresenta-se transformado pelas mãos humanas. Dicas: no Google, use o regulador de inclinação de terreno (localizado no canto superior direito, acima da bússola digital) para visualizar o vale do rio Yang-Tsé em 3D.

Avaliação Divididos em grupos, os alunos devem produzir um texto em que relatem de que maneira perceberam os pontos listados acima. Instrua-os a fazer comparações entre os elementos urbanos e rurais verificados e entre as formas de ocupação distintas encontradas entre as metrópoles sob o regime socialista e capitalista. Observe se os alunos estabelecem relações entre o que viram nas imagens e os conteúdos dados em aulas ou propostos no livro didático sobre o tema em questão.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Boligian, Levon; Boligian, Andressa Turcatel Alves. Geografia: Espaço e Vivência: volume único: ensino médio. São Paulo: Atual, 2007, página 531. 




ATIVIDADE COM FILME " O CAMINHO DAS NUVENS


Em O Caminho das Nuvens, pai, mãe e cinco filhos da Paraíba saem de seu estado com destino ao Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor, repetindo um ciclo de migração que o Brasil conhece bem há décadas. Mas, por falta de dinheiro, eles percorrem os 3,2 mil quilômetros do percurso de bicicleta. "Além de discutir o processo da migração interna, as imagens também revelam aos alunos a diferença da paisagem em cada estado por onde passam os protagonistas", afirma a professora Aline Souza Melo, que leciona nos colégios Nova Escola e I. L. Peretz, ambos em São Paulo.

Objetivo
Observar as mudanças da paisagem (construções e natureza) e dos modos de vida (roupas, costumes e tecnologia) ao longo do tempo.

Conteúdo
Paisagem, espaço e lugar.
Ano
5º.

Trechos selecionados
Foco no início do filme, que ilustra a realidade da família na Paraíba e as cenas que mostram as mudanças de cenário à medida que os personagens avançam (cena 1 - 1m30s a 9m10s; cena 2 - 16m57s a 21m55s; cena 3 - 24m04s a 25m08s; cena 4 - 35m16s a 39m25s; cena 5 - 51m51s a 53m45s). O fim do filme, quando chegam ao destino (cena 6 - 1h10m20 a 1h18m00s).

Atividade
Distribua um roteiro de observação do filme com alguns itens para direcionar o olhar dos estudantes sobre paisagem, relações familiares, cultura, condições de trabalho e objetivo da família. Exiba os trechos do filme e, no fim, peça que escrevam sobre o desenvolvimento de cada estado, as condições das estradas, o estilo das construções, aspectos que mostrem a desigualdade social, o papel de cada um na família e a importância da obediência aos pais. Questione também o que eles acham sobre o pensamento fixo da família em mudar de cidade e melhorar a qualidade de vida. Sistematize as respostas no quadro e organize uma discussão coletiva.

Avaliação
Analise se os alunos tiraram do filme as informações solicitadas, suas percepções e como se saem no debate.

Lugar: limites geográficos, comunidades tradicionais





Jaime Oliva


Dimensionar as relações sociais segundo escalas geográficas é algo que vincula teoricamente (e ontologicamente) espaço e sociedade. As escalas das relações sociais variam conforme as formações sociais (conforme condições sócio-econômicas diversas), por sua vez as sociedades se dinamizam em razão da ampliação da escala de suas relações sociais. Pensar grupos sociais a partir desse ângulo é produtivo, na medida que permite um acesso a dimensões nem sempre observadas e que podem se revelar surpreendentemente relevantes. Joga um papel fundamental nesse tipo de observação o conceito de lugar que a Geografia trabalha de modo preciso: lugar é a escala local. Comunidades tradicionais raramente ultrapassam em suas relações a escala do lugar, porém o mesmo não se dá com as sociedades modernas cujas relações são multiescalares e a própria escala do lugar constitui-se de contextos mais alargados. O raciocinar geográfico, ainda tão estranho, pois a própria idéia de Geografia não parece casar bem com o hábito de pensar e refletir - precisa urgentemente frequentar nossas salas de aula, desde o ensino fundamental. Ele é fundamental na construção qualificada de visões de mundo mais consistentes, ele é fundamental para se contrapor à visão de uma Geografia mnemônica. À seguir uma sugestão de trabalho com o conceito de lugar.
http://revistaescola.abril.com.br/online/planosdeaula/ensino-fundamental2/PlanoAula_277569.shtml
Fonte: http://jaimeoliva.blogspot.com.br/search/label/Lugar%20e%20escala%20geogr%C3%A1fica



Geografia dos cheiros

Jaime Oliva

A Geografia enquanto área do saber pode expor sobre as condições que favorecem a produção e emissão de cheiros nos diversos ambientes naturais e artificiais. Iniciando pelos ambientes naturais a grande variedade existente interfere na “Geografia dos cheiros”.
É preciso lembrar que nosso olfato é mais sensível a cheiros ruins (os cheiros mais difíceis de nosso olfato suportar são os que chamamos de ruins). Os cheiros em ambientes de predomínio de elementos naturais podem ser ruins? Os cheiros naturais não são sempre bons? Esse não será, inclusive, um dos motivos para valorizar a natureza em relação aos ambientes artificiais (o urbano e a cidade)?
A situação não é bem assim: cheiros ruins para o humano existem nos ambientes pouco transformados. Aliás, sua detecção serviu (serve) para anunciar situações de perigo, situações hostis ao homem. Erupções vulcânicas podem exalar gases venenosos, por exemplo. Regiões de mangue em zonas litorâneas também não possuem naturalmente cheiros agradáveis para os humanos.
Mas, a princípio, de um modo geral, os cheiros em ambientes naturais são agradáveis ou no mínimo suportáveis para o ser humano. Povos antigos, e grupos que ainda vivem de modo tradicional, que estavam mais próximos da natureza desenvolviam uma “sabedoria olfativa” como meio de importante de percepção de seus ambientes.
Pensando em macro-ambientes é possível fazer um certo “escalonamento” geográfico dos cheiros dominantes:
1. ambientes tropicais (não desérticos) pela presença bem maior de matéria orgânica combinada à insolação e umidade exacerbam o pútrido originário da decomposição de animais e plantas;
2. pode-se afirmar o contrário em relação às regiões frias (inclusive nas altas montanhas), que em geral são “regiões inodoras”. Assim, calor e frio (e outras condições climáticas) interferem muito no cheiro em ambientes naturais.
3. Outros ambientes terminam tendo cheiros típicos. Esse é o caso das regiões litorâneas: a combinação salinidade, mangue (onde houver), mais a matéria orgânica depositada nas praias e “costões” constitui um cheiro mais ou menos universal para esses ambientes (calor, frio e condições climáticas de um modo geral vão produzir variações).
No início do neolítico quando o ser humano começa a se sedentarizar, embora os ambientes ainda fossem dominantemente naturais, algumas “condições novas” vão significar cheiros “produzidos” pelo humano. O ser humano organizado em aldeias irá concentrar seus dejetos no entorno (nos cursos d’água, por exemplo); irá concentrar matéria orgânica animal proveniente da caça ou da domesticação de animais também nas cercanias dos aldeamentos.
Os cheiros anunciam não apenas o pútrido, mas a concentração de bactérias, os riscos de contaminação e disso tudo surgirá a necessidade de saneamento de ambiente. Uma medida foi a domesticar um animal saneador que por ser carniceiro eliminaria matéria orgânica: o cão, o melhor amigo do homem.
No mundo moderno a busca pela aglomeração dos humanos (seres sociais ciosos por contato) se consagrou e consolidou no mundo urbano, nas cidades. Espaços artificiais de concentração de gente, de múltiplas atividades, também se transformaram em espaços de concentração de matéria de todos os tipos, de resíduos químicos e orgânicos (gasosos, líquidos e sólidos) industriais, de lixo e esgoto domésticos, de emissão de gases combustíveis etc.
Essa concentração de matéria, de matéria a ser descartada inclusive, se constitui numa fonte para a produção de cheiros, por vezes intensos. Alguns chegando mesmo a se tornar problemas ambientais (poluição atmosférica difusa que tem odor mais ou menos suportável; cheiros exalados de cursos d’água muito poluídos etc).
As cidades são assoladas por cheiros mais ou menos intensos dependendo de vários fatores. O principal se refere às condições de saneamento; outro fato importante é o meio de circulação (muitos automóveis ou marcha pedestre e transporte coletivo); nível de arborização, as condições climáticas etc.
O certo é que de um modo geral podemos opor os cheiros do urbano com os cheiros dos ambientes naturais, com desvantagem para os cheiros urbanos, pelo menos é o que diz nosso olfato. Se há uma distribuição ambiental dos cheiros mais ou menos apreensível, é possível exercitar o sentido olfativo para perceber os ambientes.

Fonte:http://jaimeoliva.blogspot.com.br/search/label/Rela%C3%A7%C3%B5es%20Homem%20-%20Natureza