Campo e cidade no Brasil: transformações socioespaciais e
dificuldades de conceituação
Júlio César Suzuki
Doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (2002)
Professor Doutor do Departamento de Geografia/FFLCH/USP
A cidade e o campo, no Brasil, surgem no movimento de expansão da modernidade
e do moderno a partir da expansão ultramarina. Estas duas formas sócio-espaciais estão
no bojo do encontro de temporalidades históricas extremamente diversas: a da sociedade
capitalista e a das sociedades indígenas.
No avanço genocida e etnocida da modernidade, constituindo um tempo de intensa
barbárie nos espaços de colonização como na África, na Ásia, na Oceania e na América
, redefine-se a divisão do trabalho, regida pelas regras da sociedade capitalista, cuja matriz
está marcada pela busca do melhor aproveitamento do tempo.
Nos marcos desse avanço sócio-econômico-cultural é que a sociedade capitalista vai
definindo, a partir da gênese e da formação das aglomerações urbanas e dos campos
agrícolas, a sua presença, ora com maior, ora com menor resistência das sociedades que
há muito viviam nestas terras.
O campo e cidade no Brasil passaram por intensa metamorfose, não só porque
houve uma mudança nos seus conteúdos e nas suas formas, mas, também, devido às
possibilidades novas que foram se constituindo de estabelecimento de vínculos e de
influência de um sobre a outra, ou vice-versa. É, então, neste contexto de metamorfoses
sociais, econômicas e políticas que tentaremos analisar as transformações socioespaciais
da cidade e do campo, no Brasil, como fundamento da discussão da importância de sua reconceituação,
na contemporaneidade, para dar conta de seus novos conteúdos e novas
formas.
No caso brasileiro, a ocupação colonial vai se estabelecendo, sobretudo, a partir da
linha litorânea. Neste processo, pequenas aglomerações vão sendo formadas.
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